Thursday, February 18, 2010

Barragens fazem perigar lobo ibérico



Mais um impacto brutal a somar aos tremendos impactos ecológicos decorrentes da castração de um rio (por outras palavras, da construção de uma barragem). De forma diria até insultuosa, a EDP ainda tem o descaramento de investir mais uns milhares de euros numa vergonhosa campanha de "green washing" que associa a construção de barragens à conservação da Natureza. Uma autêntico "insulto à inteligência", isto para quem não a tiver em dose suficiente para perceber o evidente engodo.

Barragens fazem perigar lobo ibérico
JN 16 de fevereiro de 2010

O Grupo Lobo alerta para o "efeito barreira" provocado pela
construção das quatro barragens previstas para o Alto Tâmega, que
poderá pôr em perigo a sobrevivência do lobo ibérico na zona do
Alvão, Vila Real.

O técnico do Grupo Lobo, Gonçalo Costa, diz que a construção de
quatro barragens no Alto Tâmega constitui "mais um problema" para a
sobrevivência do lobo neste território.

Ao efeito "barreira" dos empreendimentos hidroeléctricos juntam-se os
parques eólicos, as pedreiras, as auto-estradas e a actividade do
homem, como os laços ilegais ou o envenenamento.

"O maior problema para o lobo não é a destruição de habitat, é mesmo
o efeito barreira. Como é uma cascata quase contínua, são mais de 50
quilómetros de rio entre Amarante até quase Chaves, a dificuldade que
se coloca é o atravessamento da espécie", referiu.

Acrescentou que, se não houver esse cruzamento entre as alcateias do
Alvão e do Barroso, separadas pelo rio Tâmega, a população do Alvão
ficará isolada, tornando-se mais difícil renovar a espécie.

Mas, para o técnico, o problema físico resultante da construção das
barragens vai ser ampliado com a concentração de pessoas também ao
longo dos espelhos de água, frisou. Gonçalo Costa defende que, pelo
menos, se deveria definir algumas zonas de cruzamento, para que a
albufeira não seja contínua.

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