Monday, June 28, 2010

caça à baleia - vergonha nipónica









O governo Japonês (entenda-se, não necessariamente o Japão e menos ainda todos japoneses: há cada vez mais nipónicos, sobretudo jovens, que se opõem a esta bárbara tradição) pratica uma ilegalidade ao caçar baleias e golfinhos (a não perder o filme, com imagens obtidas em enorme secretismo, "The Cove"). Toda a gente sabe que a hipócrita desculpa da caça científica é isso mesmo, uma tremenda mentira, como atestam de resto os navios utilizados que são simplesmente de caça à baleia tradicional, sem qualquer valência ou carácter científico.

Paul Watson é um herói, que faz aquilo que deveria ser feito por uma espécie de polícia internacional dos mares, persegue os navios que estão a delapidar as riquezas dos nossos Oceanos e a cometer crimes que antes de tudo o mais são morais. Caçar baleias e golfinhos em pleno século XXI, quando cada vez mais se sabe do enorme grau de desenvolvimento sensorial destes seres, é um crime contra a humanidade que deveria ser exemplarmente punido.
É execrável como a Interpol persegue aqueles que fazem o bem mandatada por aqueles que são os verdadeiros criminosos.
Viva a Sea Sheperd. Shame on You Japonese Government! Shame on you Interpol

Nova Zelândia pondera levar Japão e caça à baleia a Tribunal Internacional de Justiça
25.06.2010
PÚBLICO http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1443678

O Governo neo-zelandês decidiu ponderar levar o Japão e a caça à baleia ao Tribunal Internacional de Justiça, depois do fracasso das negociações da Comissão Baleeira Internacional (CBI) esta semana em Agadir, Marrocos.
A Nova Zelândia pode, assim, juntar-se à Austrália, país que anunciou no final de Maio que iria levar o Japão ao Tribunal de Haia.
“Tendo em conta o fracasso das negociações em Marrocos, vamos agora ponderar apresentar um processo junto do Tribunal Internacional de Justiça”, declarou ontem em comunicado Murray McCully, ministro neo-zelandês dos Negócios Estrangeiros. “Prevejo que a decisão seja tomada muito em breve”, adiantou, sublinhado a sua “decepção” com o beco sem saída a que chegaram as negociações.
Um dos maiores objectivos da delegação neozelandesa era conseguir um “acordo sobre o fim da caça à baleia nas águas da Antárctida o mais depressa possível”, explicou. Ainda assim, acrescentou, mesmo que o processo a decorrer na CBI não avance este ano, a Nova Zelândia vai “continuar a usar todos os meios disponíveis para alcançar o nosso objectivo”.
A Austrália decidiu levar o Japão ao Tribunal de Haia porque, diz, está a caçar baleias na Antárctida em nome da investigação científica.
Todos os anos, o Japão caça centenas de baleias em nome da “investigação científica”, uma excepção prevista na moratória da CBI à caça comercial, em vigor desde 1986. Em 2008/2009, as embarcações japonesas mataram 1003 baleias, ou 52 por cento das 1929 caçadas em todo o mundo. O número para a época de caça de 2009/2010, é de 850 baleias-anãs e 50 baleias-comuns. A Austrália e a Nova Zelândia anunciaram em Janeiro uma expedição para demonstrar que é possível estudar baleias sem as matar.
Ecologista contra a caça à baleia colocado na lista da Interpol a pedido do Japão
A Interpol colocou o responsável pela organização Sea Shepherd numa lista internacional de homens procurados, a pedido do Japão, foi hoje revelado.
A Guarda Costeira japonesa afirma que a Interpol aceitou listar o canadiano Paul Watson por este, alegadamente, conspirar para danificar os navios baleeiros que fizeram parte da frota japonesa no início deste ano.
Outro activista desta organização – que todos os anos tenta dificultar a caça à baleia, perseguindo a frota japonesa -, Peter Bethune, está a ser julgado em Tóquio por invadir propriedade alheia, neste caso, um navio baleeiro japonês.

Monday, June 14, 2010

AGRICULTURA URBANA
















Pela sua tremenda qualidade, torna-se "inevitável" divulgar mais um artigo do Bernardino Guimarães, neste caso sobre as Hortas Urbanas. Creio que as Hortas Urbanas irão adquirir cada vez mais importância e irão-se tornar cada vez mais essenciais num panorama a meu ver muito próximo de agudização da crise económica e escassez alimentar provavelmente derivada do fim da era dos combustíveis fósseis baratos. Seja pelo que for é cada vez mais essencial haver espaços agrícolas também no interior dos próprios centros urbanos. Por muitas razões. Desde logo parece-me que a alimentação terá que passar bastante pela própria auto-produção.

Quarta-feira, Maio 12, 2010
AGRICULTURA URBANA
http://peregrino-bg.blogspot.com/

O sucesso das chamadas «hortas sociais» onde quer que tais experiências tenham sido realizadas, no Porto, em Gaia, na Maia e em outros concelhos, vem confirmar a razoabilidade da agricultura urbana e a sua necessidade. Claro que se trata de iniciativas limitadas e parcelares, que cumprem antes do mais o objectivo de oferecer, a moradores de bairros sociais, uma forma saudável e útil de preenchimento do seu tempo, em ambientes urbanos onde a natureza é uma ausência e os problemas sociais de isolamento se fazem sentir. Já não seria pouco. Mas outros «formatos» de hortas sociais provam, com igual sucesso, que a vontade de cultivar uma pequena parcela, como passatempo mas também como fonte de alimentos frescos, existe e manifesta-se em qualquer meio social. De resto os candidatos a «agricultores citadinos» ultrapassam em muito a disponibilidade de terrenos para o efeito.

A agricultura nunca abandonou totalmente as cidades, e concretamente a área urbana do Grande Porto. Em todo o caso, o que sobrou de uma expulsão metódica e vertiginosa é agora residual. Entendeu-se que campos lavrados, assim como bosques ou até rios correndo nos seus leitos de sempre, representavam como que vestígios da «atraso» e de «arcaísmo» pouco condizentes com as sucessivas ondas de «progresso» medidas em cubicagem de cimento e asfalto.
Ainda não há muitas décadas, o abastecimento de bens alimentares de primeira necessidade das áreas urbanas fazia-se em termos de relativa proximidade. Mesmo na cidade do Porto, boa parte dos legumes e frutas vendidos nos mercados eram colhidos a escassos quilómetros de distância da residência dos seus consumidores.
Tudo mudou, é certo. Hoje, milhares de quilómetros, vencidos a bordo de camiões através da generosa rede de auto-estradas, são atravessados até que cheguem ao seu destino final. Altíssimo consumo de energia, servindo uma rede de grandes superfícies onde o acesso só é possível com recurso ao automóvel, eclipse dos velhos mercados de frescos e do comércio tradicional---acompanhando o despovoamento do casco velho das cidades— eis alguma das consequências deste novo estado de coisas. Insustentável e oneroso, sem dúvida, mas que o será ainda mais caso, como tudo indica, o preço dos combustíveis fósseis venha a aumentar duradouramente.
Precisamos de reabilitar a produção de alimentos numa lógica de proximidade, preservando os terrenos que ainda existam para esse efeito.
Em todo o mundo, a agricultura urbana ganha expressão e é levada a sério pelas autoridades em termos de planeamento territorial, quer no interior das cidades, quer nas suas periferias. Paris, Londres, Berlim, por toda a Europa avança essa ideia que corresponde a uma necessidade. Ou a várias: mais espaços verdes e de recreio, alimentos de qualidade controlável, economia de energia e racionalidade económica, melhoria da saúde das populações. E ainda mais uma que tem sido esquecida: a segurança alimentar, no sentido de que é urgente assegurar, se não auto-suficiência, pelo menos alguma capacidade de responder a uma crise global que pode ser de penúria de alimentos, como ainda bem recentemente se tornou subitamente visível.
Em muitas cidades norte-americanas, São Francisco, Salt Lake City e outras, estuda-se a forma de cultivar hortas e pomares no topo dos prédios, dada a carência de terra arável. Por cá ainda não chegamos a tanto, mas vai sendo tempo de prevenir o futuro, cuidando do essencial que é a sustentabilidade e a qualidade de vida dos habitantes das grandes metrópoles.
Bernardino Guimarães

(Crónica publicada no Jornal de notícias em 11/5/010)