Monday, February 28, 2011

Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE: A ÁGUA – FONTE de VIDA, 4 de Março, 6ªf, 19h

A Água não é um mero conjunto de gotas, somente um rio, um lago ou um mar. A Água representa para a nossa Terra Mãe o que o sangue representa para o nosso corpo, percorrendo as suas veias e irrigando-a com toda a sua força, vitalidade e essência.”


O Ser Humano tem vindo a perder muitas das suas ligações ancestrais com a Terra Mãe, juntamente com tradições, conhecimentos e até identidade. Tem vindo a perder ligação ao ciclos ancestrais, à sabedoria dos rios e das montanhas, à energia da Terra e dos elementos.

Nesta “viagem” do ciclo de Palestras de “Ao (re)Encontro da Natureza Mãe” vamos ao (re)encontro da água.

A água, consensualmente considerada um “bem preciso” está longe, contudo, de possuir o valor filosófico e ser merecedora do respeito e veneração que possui em outras culturas e civilizações diferentes da nossa sociedade “de consumo”.

Vivemos numa cultura de enormes paradoxos na forma como nos relacionamos com a Mãe Natureza. Em relação à água, por exemplo, lançamos na água os nossos esgotos, assim como substâncias tóxicas e contaminadas diversas, para depois gastarmos milhões e milhões de euros em tratamentos - na maior parte dos casos muito ineficientes - na tentativa de lhe retribuir um pouco da qualidade e pureza anterior.

Beber água pura e limpida tornou-se quase numa utopia. A água, um bem “público” essencial, tem-se vindo a tornar num produto comercial privado, como qualquer outra mercadoria.

Simultaneamente, ao mesmo tempo que nos países ditos desenvolvidos se usa e abusa da água para manter modelos agrícolas, ornamentais (jardins) e de consumo doméstico e industrial completamente insustentáveis e esbanjadores, em muitos locais do planeta (e por vezes até mesmo em certas regiões desses mesmos países consideradores desenvolvidos) ter água suficiente sequer para saciar a sede é em muitos casos uma miragem.

Então aquilo que propomos é, antes de tudo o mais, uma reflexão filosófica sobre a forma como “olhamos” e nos relacionamos com a “água” na nossa vida.

Depois, há uma mudança que urge fazer acontecer, há uma mudança que urge fazer surgir em nós mesmos na própria forma como "olhamos" e nos relacionamos com "a água" em todos os nossos gestos “habituais” do dia-a-dia. Como, de que forma, e porquê são algumas das respostas que tentaremos dar a muitas mais questões que urge lançar e sobre as quais reflectir. A Palestra de Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE “A ÁGUA – FONTE de VIDA” é uma viagem e desafio de mudança pessoal e social.



Facilitador: Pedro Jorge Pereira

Foi um dos fundadores do núcleo do Porto do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, entre outras experiências de activismo e voluntariado noutras associações, sobretudo de cariz ambiental, com particular destaque também para a Associação Cultural Casa da Horta.
Editou e publicou através do Programa Capital Futuro do Programa Juventude, o livro “Be the change you want to see”, com um forte carácter pedagógico, destinado à educação ambiental e sensibilização para a importância do voluntariado no mundo actual.

Dinamiza ainda, entre outros projectos e actividades, oficinas ligadas aos temas eco-sociologia, ambiente, ética e escreve artigos de reflexão/pensamento para diversas publicações digitais e em formato papel.

Blog “Be the Change you Want to See...”:

http://thechange2004.blogspot.com/

Dinamiza ainda um projecto na área da alimentação vegetariana natural, designado "Segredos da Horta", dada a importância que alimentação adquire naquilo que é a sua visão do mundo e da consciência que urge desenvolver em cada indivíduo a esse nível. O blog:
http://segredosdahorta.blogspot.com/

Acima de tudo, e antes de tudo, procura reencontrar em si mesmo e no seu ambiente exterior esse força sublime, pura e incondicional da própria Mãe Natureza.


PALESTRA “Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE”

A ÁGUA – FONTE de VIDA


4 de Março, 6ªfeira, 19h00

duração aproximada: 2 a 3 horas

Porto

ESPAÇO: ESCOLHA HARMONIOSA


Contribuição sugerida: 5 fontes *

* 10% de desconto em duas ou mais inscrições conjuntas, 20% de desconto (não acumulável) para participantes na primeira Palestra do ciclo “Ao (re)Encontro da Natureza Mãe



Mais informações e inscrições:



Tel.: 225191764 | Fax: 225191701

email: info@escolha-harmoniosa.pt

web: http://www.escolha-harmoniosa.pt/

A Farm for the Future

Una Granja para el Futuro from Horatiux on Vimeo.

Um filme/documentário absolutamente inspirador e que nos conduz a uma reflexão tão urgente como fundamental que é o pensarmos numa sociedade e particularmente numa agricultura pós-carbono! Apontando para um dos "paradigmas" e abordagens mais revolucionárias da história recente da humanidade e que é a Permacultura. A não perder e a divulgar!

Thursday, February 24, 2011

II Jornadas Galego - Portuguesas de Edicação Independente, Domingo, 6 de Março, 15h, palestra no Gato Vadio

Uma excelente programação para a qual tive a honra de ser convidado para o seguinte evento:

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6 DE MARÇO

“Ser ecológico" numa era pós-industrial e em plena globalização

Oficina com Pedro Jorge Pereira (activista e formador eco-social)

6 de Março, domingo, 15h

Gato Vadio

Monday, February 21, 2011

Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE Oficina de regresso às Raízes e Mudança, 24 de Fevereiro, 5ªfeira, 19h00

Que tristeza pensar que a Natureza fala e o ser humano não a escuta”

Victor Hugo


O Ser Humano tem vindo a perder muitas das suas ligações ancestrais com a Terra Mãe, juntamente com tradições, conhecimentos e até identidade. Tem vindo a perder ligação ao ciclos ancestrais, à sabedoria dos rios e das montanhas, à energia das plantas e da Terra.

O Ser Humano vive cada vez mais em altas torres de cimento e betão, longe do odor das ervas silvestres, e o seu alimento vem de partes distantes do mundo produzido não se sabe por quem e em que condições (ou não é de todo conveniente saber).

O ser Humano olha para os outros filhos da Mãe Terra (das espécies não humanas, e também para os seus semelhantes da sua própria espécie) com arrogância e do alto de toda a sua superioridade que não é senão ilusória e nefasta.

O Ser Humano desumanizou-se vivendo cativo de um ego que busca uma constante e efémera gratificação aparente e superfical, quer no mundo dos bens materiais quer na sociedade das aparências e da ganância de poder.

O Ser Humano desumanizou-se e, em muitos casos, é também cada vez menos “Ser”.

O Ser Humano tem vindo a perder as suas Raízes, e com elas a sua ligação à Terra Mãe que o nutre, cuida e ama incondicionalmente.

Por vivemos cada vez mais em cidades desumanizadas, em habitats cada vez mais artificiais, com um estilo de vida cada vez mais artificial, significa que a Mãe Natureza morreu dentro e fora de nós?

A Oficina de “Ao Encontro da NATUREZA MÃE” é uma viagem sem rumo muito definido (como as curvas sinuosas de um rio) ao encontro e de regresso à TERRA MÃE.

Como sentirmos, procurarmos e encontrarmos as nossas raízes primoridais mesmo num contexto de tão acentuadas e abruptas mudanças civilizacionais (muitas vezes, talvez, não na melhor direcção).

Não há um porquê, um como, há simplesmente um fluir desse magnífico milagre que é o SER.

Numa primeira parte iremos sobretudo reflectir sobre os caminhos que a nossa civilização se encontra a percorrer e numa segunda parte iremos, sobretudo, reflectir nos caminhos que cada um de nós próprios poderá percorrer para ir mais, no nosso próprio dia-a-dia urbano, ao encontro da Mãe Natureza.


Facilitador: Pedro Jorge Pereira, Formador Eco-Social e Dinamizador de Projectos de Intervenção.

Foi um dos fundadores do núcleo do Porto do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, entre outras experiências de activismo e voluntariado noutras associações, sobretudo de cariz ambiental, com particular destaque também para a Associação Cultural Casa da Horta.
Editou e publicou através do Programa Capital Futuro do Programa Juventude, o livro “Be the change you want to see”, com um forte carácter pedagógico, destinado à educação ambiental e sensibilização para a importância do voluntariado no mundo actual.

Dinamiza ainda, entre outros projectos e actividades, oficinas ligadas aos temas eco-sociologia, ambiente, ética e escreve artigos de reflexão/pensamento para diversas publicações digitais e em formato papel. Blog “Be the Change you Want to See...”:

http://thechange2004.blogspot.com/

Dinamiza ainda um projecto na área da alimentação vegetariana natural, designado "Segredos da Horta", dada a importância que alimentação adquire naquilo que é a sua visão do mundo e da consciência que urge desenvolver em cada indivíduo a esse nível. O blog:
http://segredosdahorta.blogspot.com/

Acima de tudo, e antes de tudo, procura reencontrar em si mesmo e no seu ambiente exterior esse força sublime, pura e incondicional da própria Mãe Natureza.


OFICINA “Ao Encontro da NATUREZA MÃE”

Oficina de regresso às Raízes e Mudança


24 de Fevereiro, 5ªfeira, 19h00

duração aproximada: 2 a 3 horas

Porto

QUINTAL BioShop


Contribuição: 10 euros


Recomendações: levar roupa confortável e alimento vegetariano para partilhar entre tod@s


Mais informações e inscrições:

222 010 008

e-mail: mail@quintalbioshop.com

www.quintalbioshop.com

http://blogdoquintal.blogspot.com



http://blogdoquintal.blogspot.com/2011/02/oficina-ao-encontro-da-natureza-mae.html


Tuesday, February 15, 2011

O assassínio do comboio em Portugal ...

Os números absolutamente aterradores desse fenómeno que não pode ser classificado senão como crime ecológico, social e cultural que é o "assassínio político" e "programa de destruição planeada" do transporte ferroviário, do comboio em Portugal. São politicas como estas que demonstram bem que a política e o poder se fazem quase exclusivamente de interesses "clientelistas" financeiros (das grandes empresas, públicas e estatais, e dos poucos que têm de facto poder no tabuleiro do jogo da economia) e o "interesse realmente público" é quase um conceito remoto perdido algures nesse mesmo interior sempre e sempre sacrificado bem longe dos corredores da assembleia da república ou das paredes dos vários e abundantes ministérios e afins centralizados na capital. De s.bento já nada se espera a não ser "sorrisos plásticos e vazios" que vão garantindo tranquilas reeleições. Assim vai Portugal, a caminho de uma cada vez mais estúpida fóssil-dependência e atrás de um anacrónico modelo de crescimento económico baseado no asfalto, betão e centros comerciais, o único "direito" que todas as cidades, mesmo as "longínquas" do interior, podem reclamar.

Não consigo deixar de sentir uma enorme revolta ao ver assim o belo comboio a ser assassinado por estes criminosos e tecnocratas sem qualquer estatura moral ...

Portugal perdeu 43 por cento dos passageiros de comboio em 20 anos

Por Carlos Cipriano

Na maior parte dos países europeus, o uso do transporte ferroviário cresce. Em Portugal, diminui. A aposta nas auto-estradas ditou o destino dos comboios

http://jornal.publico.pt/noticia/02-02-2011/portugal-perdeu-43-por-cento-dos-passageiros--de-comboio-em-20-anos-21195111.htm


Duas décadas de aposta em auto-estradas e de fechos sucessivos de linhas de comboio fizeram com que Portugal perdesse, durante este período, 99 milhões de passageiros de caminhos-de-ferro. Dos 231 milhões de viagens de comboio realizadas em 1988, passou-se para 131 milhões em 2009, uma redução de 43 por cento.

Este número ilustra, de forma clara, o que tem sido a evolução do uso da ferrovia em Portugal, em contraponto claro com aquilo que se passa na maior parte dos outros países europeus. E faz com que se questione o impacto das políticas seguidas neste sector no passado e no presente.

Ontem, foi retirado o serviço ferroviário regional em mais 138 quilómetros de vias-férreas, depois de, no ano passado, se terem encerrado 144 quilómetros de linhas (com a promessa de reabilitação que não aconteceu).

Este acto de gestão é defendido como uma forma de reduzir o défice da CP, permitindo à empresa melhor concentrar a sua oferta nos grandes eixos onde o caminho-de-ferro cumpre a sua função de transporte de grandes massas.

No entanto, o que as estatísticas dos últimos 20 anos provam é que sempre que se cortaram linhas férreas, o número de passageiros diminuiu. Em 1990, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, reduziram-se abruptamente 700 quilómetros de vias-férreas, sobretudo em Trás-os-Montes e no Alentejo. O resultado foi que as linhas principais, vendo-se amputadas dos ramais que as alimentavam, ficaram com menos gente.

Mas poder-se-ia ainda argumentar que com os ramais fechados, desapareceram os clientes que só faziam distâncias curtas (nada apropriadas a um sistema pesado como é o ferroviário e, logo, mais adaptados ao autocarro), aumentando o número de passageiros que viajam de comboio em percursos superiores. Errado mais uma vez: a prática demonstra o contrário. O número de passageiros por quilómetro percorrido) era de 6 milhões em 1988, baixou para 5,6 em 1991 e é agora de 3,7 milhões.

Dito de outra maneira, enquanto em 1989 cada português fazia uma média de 22 viagens de comboio por ano (em termos absolutos), hoje só faz dez.

E será que os resultados da CP melhoram, com a redução de linha? Também aqui as tendências pesadas do passado provam exactamente o oposto. E mostram mais: que quem ganha com o negócio são sempre os autocarros e, claro, o transporte individual.

Caso único na Europa

A quota de mercado do caminho-de-ferro no transporte de passageiros afundou-se em cerca de 66 por cento entre 1990 e 2008. Essa quota face à rodovia não passa hoje dos 4,4.

É claro que para isto muito contribuiu a forte aposta na infra-estruturação rodoviária do país. Os números do Portugal do betão e do alcatrão são significativos: o pequeno país periférico tem 20 metros de auto-estrada por Km2 contra 16 metros que é a média europeia. Mas na rede ferroviária só possui 31 metros por Km2 contra 47 metros da média da União Europeia.

Não surpreende, assim, que nos países da Europa Ocidental Portugal seja o único que, em 20 anos, perdeu passageiros na ferrovia. É certo que a França, a Holanda e a Suíça tiveram crescimentos modestos - "só" conseguiram transportar cerca de 30 por cento mais de passageiros -, mas isso resulta de serem mercados maduros onde a tradição de andar de comboio é quase ancestral. A Grã-Bretanha, país que foi o berço do caminho-de-ferro, cresceu 53 por cento em 20 anos, a sua vizinha Irlanda 57 por cento, a Bélgica 55,2 por cento e a Alemanha 83 por cento, em parte graças à aposta em comboios de alta velocidade que são um verdadeiro luxo.

Mas o mais curioso é que o único país dos três dígitos é precisamente a Espanha, com um aumento de 157 por cento. Em 20 anos, nuestros hermanos, que apostaram no TGV, passaram de 182 milhões de passageiros dos seus velhos comboios dos anos oitenta (muitos deles, à época, bem piores do que os portugueses) para 467 milhões de clientes da ferrovia. Um aumento que contrasta com o envergonhado decréscimo de passageiros de comboio de 43 por cento no cantinho luso.

O que falhou, então?

A resposta terá que ser dada mais pelo lado da rodovia do que da ferrovia. Entre 1992 e 2008, por cada euro investido no caminho-de-ferro eram aplicados 3,3 euros na rodovia. Durante este período, a Refer investiu 5,9 mil milhões de euros e os contratos da Estradas de Portugal para construção de novas vias rodoviárias atingia 19,8 mil milhões de euros.

E a divergência tem vindo a acentuar-se. Por exemplo, em 1995, enquanto a Refer investia 250 milhões de euros nos carris, a Estradas de Portugal avançava com um pacote de 12 novas concessões (três delas vindas do Governo de Durão Barroso) no valor de 4,5 mil milhões de euros relativos a 2500 quilómetros de estradas.

Álvaro Costa, especialista em Transportes na Faculdade de Engenharia do Porto, diz que os 40 milhões de passageiros perdidos na ferrovia não são mais do que o reflexo da política seguida em Portugal em relação ao investimento público em infra-estruturas de transporte e a sua forma de financiamento.

"Tem-se investido muito na construção de auto-estradas, algumas com índices de utilização muito baixos, mas, como o financiamento está contratualizado com o sector privado, não existe nenhuma vantagem em encerrarem, porque daí não resultaria nenhuma vantagem para o Estado", explica. Já com as linhas de caminho -de-ferro é muito diferente porque o seu encerramento faz o Estado poupar custos e o sector rodoviário ganhar passageiros e aumentar a procura. É por isto que Álvaro Costa entende que o sector privado deveria ter sido mais envolvido na exploração das linhas de caminho-de-ferro. "Se assim fosse, talvez a situação fosse diferente da actual", diz.

Nelson Oliveira, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro (que congrega 1100 associados), chama a atenção para o facto de não só se terem perdido passageiros, como os défices da CP e da Refer terem vindo sempre a aumentar.

E questiona se os objectivos comerciais e técnicos estabelecidos pelos decisores nas últimas décadas eram os mais adequados. Por exemplo: "Será que o custo-benefício da modernização da Linha do Sul foi vantajoso para ainda se demorar três horas na ligação mais rápida entre Lisboa e Faro? Será este tempo concorrencial com o transporte individual?"

Mas há mais perguntas: "Apesar dos encerramentos nos últimos 20 anos, melhoraram os resultados? Há mais passageiros? Os prejuízos das empresas são menores? Não. Por isso, o problema tem certamente outras causas. Não são os serviços alegadamente deficitários os culpados".

O também engenheiro com uma pós-gradução em Caminhos-de-Ferro aponta outras causas para este declínio: "Um Estado que não fiscaliza como é prestado o serviço de transportes públicos, uma política que insiste em duplicar auto-estradas em zonas já servidas pelo caminho-de-ferro, uma política que encerra linhas férreas onde alegadamente há pouco tráfego (sem questionar se o serviço comercial prestado é o mais adequado), mas não constrói vias-férreas onde elas são necessárias, como é o caso de Viseu, uma das maiores cidades da Europa que não são servidas pelo comboio".

Nelson Oliveira critica também "o sucessivo espartilhar dos diversos serviços, com uma artificial separação entre longo curso, regionais e suburbanos que torna o comboio pouco atractivo para quem tenha necessidades de usar mais do que um comboio". É por isso, explica, que o encerramento de ramais e diminuição de serviços regionais afasta cada vez mais o público. E conclui: "Os decisores parecem esquecer-se de que estes serviços também alimentam os serviços principais com passageiros. A prosseguir este caminho, mata-se o doente à procura da cura".


Governo diz que o PSD fechou mais linhas

Portugal cortou poucas linhas, diz o executivo

http://jornal.publico.pt/noticia/02-02-2011/governo-diz-que-o-psd-fechou-mais-linhas-21195194.htm


A propósito do encerramento das linhas portuguesas, o PÚBLICO confrontou a Refer, a CP e o Ministério das Obras Públicas e Transportes com estes números, mas só este último respondeu, contrapondo estatísticas europeias que datam dos anos cinquenta e que não são comparáveis com as últimas duas décadas em estudo.

O Governo diz que entre Irlanda, França, Reino Unido, Holanda e Suécia, Portugal foi o segundo país a fechar menos linhas. É de notar, contudo, que quaisquer destas redes eram mais densas do que a portuguesa (que na verdade nunca chegou a cobrir todo o território).

Na resposta ao PÚBLICO, o Ministério das Obras Públicas diz ainda que nas linhas de reduzida procura o modo ferroviário, seja na vertente de manutenção de infra-estruturas, seja na vertente de operação, "tem uma forte preponderância de custos fixos e semifixos que conduz a custos completamente desproporcionados, comportamento que se verifica em todos os países do mundo e que está na origem da inadequação do caminho-de- ferro para transportar poucas quantidades de passageiros".

O ministério de António Mendonça aproveita ainda para enviar um documento em que recorda que "nos Governos do PSD foram encerrados mais de 850 quilómetros de serviços ferroviários em todo o país".

Mesmo com estes encerramentos e, mais tarde, com a cisão da CP e a criação da Refer - que supostamente traria maior racionalidade ao sistema - os défices das duas empresas nunca pararam de aumentar.


Remodelação

Ministro desfez o que estava prometido

http://jornal.publico.pt/noticia/02-02-2011/remodelacao-21195204.htm


A grande maioria das promessas para o sector ferroviário da anterior secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, ficaram por cumprir, tendo sido congeladas pelo actual elenco governativo. E as poucas que avançaram vão agora fechar, como é o caso da reabertura ao serviço de passageiros da linha de Leixões e do serviço Setil-Coruche, inaugurados a poucas semanas das legislativas.

Tudo começou logo no primeiro evento ferroviário em que o primeiro-ministro participou (em 16 de Julho de 2005), que serviu para inaugurar uma obra concluída com três anos de atraso - a electrificação da Linha da Beira Baixa até Castelo Branco. Logo ali, José Sócrates e Ana Paula Vitorino garantiram que o comboio eléctrico chegaria à Covilhã e à Guarda logo em 2007.

Mas hoje, em 2011, ainda estão a decorrer as obras e a travessia entre Castelo Branco e Covilhã é feito numa locomotiva a diesel. E quanto à Guarda, nem sequer há via-férrea porque esta fechou há anos para se fazerem reparações nos túneis e nas pontes, não se sabendo quando reabrirá.

E os exemplos sucedem-se. De tal forma que o então ministro Mário Lino poderá estar hoje arrependido de ter deixado a sua secretária de Estado dos Transportes em roda livre sobre carris. Entre as promessas de Ana Paula Vitorino estavam a modernização das Linhas do Tâmega e do Corgo e do ramal da Figueira da Foz à Pampilhosa, o controverso projecto do Metro Mondego, a exigência à EDP de uma solução alternativa à linha do Tua, caso a barragem avançasse e submergisse parte da via-férrea, a criação de um grande centro de investigação ferroviário na Amadora para viabilizar a antiga Sorefame, a renovação integral da linha de Cascais, a modernização da velha linha do Oeste (Lisboa-Figueira da Foz), a construção de uma linha transversal que ligasse Santarém a Rio Maior e Caldas da Rainha e a realização do maior concurso para comprar comboios para a CP. No final, ou não houve dinheiro para avançar imediatamente com a obra ou o sucessor de Mário Lino meteu travões a fundo assim que tomou posse. O PÚBLICO contactou a agora deputada do PS na Assembleia da República para comentar, mas não obteve resposta.


Encerramento do ramal de Cáceres

Medida com custos sociais, económicos e ambientais

Por José Bento Amaro

http://jornal.publico.pt/noticia/02-02-2011/medida-com-custos-sociais-economicos-e-ambientais-21195310.htm

O encerramento do ramal de Cáceres aos comboios regionais vai obrigar as populações de diversas freguesias de, pelo menos, cinco concelhos, a deslocarem-se, em alguns casos, mais de 30 quilómetros até poderem utilizar outros comboios, os que circulam na Linha do Leste.

Se para os habitantes de Vale do Peso (Crato) e Cunheira (Alter do Chão) o encerramento daquela via - que vai da Torre das Vargens até à Beirã, na fronteira com Espanha, numa extensão de 81,5 quilómetros - representa apenas mais alguns quilómetros andados de automóvel, até à estação do Crato ou ao apeadeiro da Mata, já para as pessoas que residem em localidades como Castelo de Vide ou Marvão e até mesmo Alpalhão, no concelho de Nisa, o encerramento da linha às populações locais pressupõe deslocações de algumas dezenas de quilómetros que, ainda por cima, só em casos muito específicos podem ser feitas num autocarro público.

Face aos transtornos causados às populações directamente afectadas, foram várias as organizações locais e também espanholas que decidiram protestar, na segunda-feira, aquando da última viagem da automotora. A associação Portalegre em Transição, que visa estabelecer estratégias locais para fazer face à crise energética, efectuou um estudo em que foram tidos em conta não só os custos do transporte, mas também os níveis de poluição e a duração dos tempos de viagem.

Tendo por base uma viagem entre a Beirã e Santa Apolónia, em Lisboa, o estudo revela que o trajecto feito por comboio demora 3h40 enquanto o efectuado em transporte alternativo é apenas 31 minutos mais rápido.

O tempo que se ganha na viagem tem, no entanto, repercussões na carteira dos utilizadores. É que enquanto o transporte alternativo fica, em média, por 28,20 euros, já o trajecto feito de comboio pode ficar entre os 23 e os 19,50 euros. O estudo, desenvolvido em parceria com uma equipa do Instituto Superior Técnico, refere ainda que os custos ambientais relativos a cada passageiro são de 5,26 euros no comboio, enquanto em transporte alternativo são superiores a 17 euros.

O ramal de Cáceres começou a ser construído em 1878, sendo inaugurado no ano seguinte. O objectivo inicial era facilitar o transporte, até ao porto de Lisboa, dos fosfatos provenientes das minas existentes em Cáceres. Actualmente, segundo a CP, o transporte regional de passageiros no ramal registava uma média diária de quatro utilizadores.Habitantes de algumas freguesias têm, com o fecho da linha, de realizar deslocações de dezenas de quilómetros



Sunday, February 06, 2011

VISITA à ESCOLA da PONTE em VILA das AVES, 14 de Fevereiro, 2ªfeira,

VISITA à ESCOLA da PONTE em VILA das AVES

14 de Fevereiro, 2ªfeira,

partida de S.Bento: 10:15

partida de Campanhã: 10:20



VISITA à ESCOLA da PONTE em VILA das AVES


Numa altura em que se diz que a Educação, à imagem de quase tudo o resto no país, atravessa uma crise; numa altura em que nem a própria Educação escapa à feroz febre de neoliberalização da sociedade (entenda-se, redução de todos os valores sociais, culturais, ambientais a uma mera lógica economicista); numa altura em que se “concentram” as crianças em mega-agrupamentos, como o próprio nome diz, megalómanos; numa altura em que as crianças são obrigadas a permanecer 90 minutos seguidos fechadas em salas de aulas tantas e tantas vezes frias, cinzentas e enfadonhas; numa altura em que “a escola” continua ainda a ser, tantas vezes, mais um lugar de “formatação”, “domesticação”, de competição do que um lugar onde realmente a criança e os jovens aprendem “a Ser”, que futuro podemos ambicionar para as crianças e jovens portugueses face a um sistema educativo baseado na competição, meritocracia “excludente” e nas ilusórias estatísticas “à la novas oportunidades”?

É possível pensar num modelo educacional diferente? Mais personalizado, humano, cooperativo e, no fundo, mais verdadeiramente educativo?

Não só é possível pensar como é também é possível vê-lo a funcionar na prática num projecto educativo muito especial e único em todo o contexto educativo nacional. Estamos-nos a referir à Escola da Ponte e é para dar a conhecer esse projecto incrivelmente inspirador que vamos organizar, no dia 14 de Fevereiro, 2ªfeira, uma vista guiada pelos próprios alunos da Escola da Ponte.

A saída é às 10h15 de S.Bento, ou 10h20 de Campanhã, até Vila das Aves (Linha de Guimarães).

A chegada a Vila das Aves será por volta das 11h10.

Em princípio o almoço, dado que na escola ainda não existe disponível a opção de alimentação vegetariana, deverá ser numa pizzeria nas imediações da escola, sendo que nesse caso será conveniente indicar a vontade de almoçar ou não nesse local de forma a podermos informar a pizzeria do número de pessoas.

Mais abaixo segue uma descrição mais detalhada sobre a própria Escola da Ponte e do projecto Educativo.

Em perspectiva está esse sonho de muitos pessoas de ajudar a “multiplicar” a Escola da Ponte e “trazê-la” para o Porto (e/ou arredores). Ajudar a fazer essa revolução tão mais importante e primodial do que todas as outras que é a de podermos permitir ás nossas crianças serem verdadeiramente livres e bons cidadãos do mundo.

Para mais informações, inscrições e contactos:


Pedro Jorge Pereira

e-mail: ecotopia2012@gmail.com

934 476 236


Para quem quiser fazer um pouco o “Trabalho de Casa” e saber mais sobre a Escola da Ponte:


Escola da Ponte:

- Jornal dia-a-dia - http://jornal-dia-a-dia.blogspot.com/
- Blog dos Amigos da Ponte - http://amigosdaescoladaponte.blogspot.com/
- Pesquisas livres sobre a Escola - desde a informação mais simples na Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_Ponte, ou os vídeos de reportagens - http://ww1.rtp.pt/multimedia/progVideo.php?tvprog=25323&idpod=36549 ou http://www.youtube.com/watch?v=VGGsgcRcVsY&feature=player_embedded#! - e sobre José Pacheco - entre outros, há entrevistas e os artigos publicados, como na Página da Educação, http://www.apagina.pt/?aba=7&user=José Pacheco&mid=2.

A Escola da Ponte

A Escola da Ponte situa-se na Vila das Aves, concelho de Santo Tirso, distrito do Porto.

O edifício principal da escola, modelo P3, é composto por dois pisos e dispõe de um salão polivalente. Com o alargamento ao 2.º Ciclo em 2001/2002, foram anexados dois pavilhões pré-fabricados. Em 2005/2006 a oferta educativa é alargada ao 3. Ciclo do Ensino Básico, contando a partir daí com um novo equipamento (antiga escolinha primária) próximo do edifício P3.

A EBI Aves/S. Tomé de Negrelos – Escola da Ponte, é uma escola com práticas educativas que se afastam do modelo tradicional. Está organizada segundo uma lógica de projecto e de equipa, estruturando-se a partir das interacções entre os seus membros. A sua estrutura organizativa, desde o espaço, ao tempo e ao modo de aprender exige uma maior participação dos alunos tendo como intencionalidade a participação efectiva destes em conjunto com os orientadores educativos, no planeamento das actividades, na sua aprendizagem e na avaliação. Assim, a divisão artificial por anos de escolaridade ou ciclos, deu lugar à organização por Núcleos - existem 3 Núcleos: Iniciação, Consolidação e Aprofundamento. Estes são a primeira instância de organização pedagógica e correspondem a unidades coerentes de aprendizagem e desenvolvimento.

O currículo é articulado em 6 Dimensões fundamentais: Linguística (Língua Portuguesa e Inglesa), Identitária (História e Geografia), Naturalista (Estudo do Meio, Ciências da Natureza e Físico-Química), Lógico - Matemática (Matemática), Artística (Educação Musical, Educação Visual e Tecnológica, Expressão Dramática e Educação Física) e Pessoal e Social (Educação Especial, Desenvolvimento Pessoal e Social Serviços de Psicologia).

Os Orientadores Educativos reúnem-se com os alunos (debates, reuniões de tutoria,..) para planearem o que vão fazer com toda a escola e sozinhos - o Plano da Quinzena - e, a partir desse plano, cada um traça diariamente o seu Plano do Dia. Isto acarreta uma maior participação, autonomia e co-responsabilização de todos os implicados na planificação das aprendizagens e na vida social de toda a escola (também presente nos Debates, Assembleia de Escola e nos múltiplos grupos de responsabilidades em que se organizam).

Os Orientadores Educativos vão acompanhando os alunos de modo diferenciado, tendo em conta as necessidades e especificidade de cada um. Todo o trabalho é realizado em clima de cooperação, não só entre os alunos e orientadores mas também entre pares. Assim, o trabalho cooperativo de professores e o trabalho dos alunos em grupos heterogéneos generaliza-se. Dentro de cada grupo, a gestão dos tempos e espaços permite momentos de trabalho em pequeno grupo, momentos de participação no colectivo, momentos de “ensino mútuo” e momentos de trabalho individual. Pretende-se que desenvolvam um trabalho que valorize a reflexão, a entre-ajuda, a capacidade de análise crítica e a pesquisa.

Os espaços de trabalho disponibilizam diversos recursos, como: livros, dicionários, gramáticas, Internet, vídeos, …de forma a que entendam que existem várias fontes de conhecimento.

Este projecto, assente em valores como a Solidariedade e a Democraticidade, orienta-se por vários princípios que levaram à criação de uma grande diversidade de dispositivos pedagógicos que, no seu conjunto, comportam uma dinâmica de trabalho e promovem uma autonomia responsável e solidária, exercitando permanentemente o uso da palavra como instrumento autónomo da Cidadania.

Os Pais/Encarregados de Educação, à semelhança dos seus filhos e orientadores educativos, estão também fortemente implicados no processo de aprendizagem dos alunos e na direcção da Escola. Os contactos são feitos sempre que necessário, através do professor tutor, que acompanha, orienta e avalia diariamente as actividades realizadas pelos seus tutorados.

A escola disponibiliza actividades de enriquecimento do currículo às famílias que necessitem que os seus filhos tenham um acompanhamento até às 18:00 horas.

Todos os alunos cumprem o mesmo horário entre as 8:30 e as 16:15 horas, assim como todos os professores, não havendo “furos” por ausência de orientadores educativos. A equipa docente é constituída por elementos com formação diversificada (Educadoras de Infância, professores do 1º ciclo, 2º e 3º ciclos), que reúne todas as quartas-feiras e sempre que é necessário para debater problemas da escola, planificar e avaliar o trabalho.

A organização que esta Escola põe em prática inspira uma filosofia inclusiva e cooperativa que se traduz, em aspectos muito simples: todos precisamos de aprender e todos podemos aprender uns com os outros e quem aprende, aprende a seu modo no exercício da Cidadania.