Friday, October 27, 2006

shell demonstra hipocrisia no prémio "vida selvagem"
















Um dos temas referidos no livro “Be the Change ... “ sobretudo quando abordada a questão da globalização, prende-se com as proporções que o crescente “poder” das companhias multinacionais tem vindo a adquirir na “nova ordem neoliberal” ... dotadas de uma poderosa máquina de propaganda, de hábitos consumistas e “inconscientes” generalizados à quase totalidade da população mundial (exceptuando os que deles são excluídos não tanto por opção mas por impossibilidade prática, e não são poucos), e no âmbito de uma “globalização” que mais não é que do que o seu jogo de monópolio jogado à escala global e à escala da vida de todos nós ... uma silenciosa e subtil “revolução” mercantilista tem vindo a reconfigurar toda a escala de valores da nossa sociedade. Por detrás desse aparente manto de “normalidade” e placidez, escondem-se complexos e obscuros jogos de interesse ... capazes de prejudicar, até mesmo destruir, a vida de milhões, biliões, de seres em todo o planeta ... habitats inteiros até ...

No mundo neoliberal existe uma ordem primordial antes de todas as outras: O LUCRO. E tudo o mais nada mais são do que meros “acessórios” circunstânciais que adquirem até o carácter de estimulante desafio para os especuladores bolsistas e malta da política amigalhaça ... e o que mais não faltam são “amigos”, amigos do dinheiro ...


Friends of the Earth International
SHELL DEMONSTRA HIPOCRISIA NO PRÉMIO "VIDA SELVAGEM"
Londres, Reino Unido, 18 de Outubro de 2006


As comunidades que vivem junto à gigante petrolífera Shell vão esta semana expor a hipocrisia da empresa ao patrocinar o prémio da competição Fotógrafo do Ano da Vida Selvagem – anunciado quarta-feira, dia 18 de Outubro (1).

A Shell é a nova patrocinadora do prestigiado prémio, que é organizado conjuntamente pelo Museu de História Natural e pela BBC Wildlife Magazine, e contribuiu com cerca de € 1,117,000 (2).

Mas os vizinhos da Shell designam a gigante petrolífera de “destruidora da vida selvagem” e afirmam que está a tentar esconder os estragos que faz na vida selvagem e no ambiente por detrás do prestigiado prémio (3).

Estão a reclamar para que o Museu de História Natural termine a relação com a Shell, que acreditam danificar a reputação e credibilidade do museu. O museu participa na competição apesar de ter um relatório ético sobre a Shell que identifica problemas na companhia.

Paul De Clerck, da Campanha de Empresas da Friends of the Earth, afirma: “O patrocínio da Shell ao prémio de Fotógrafo do Ano da Vida Selvagem desvaloriza completamente o seu valor. A Shell está a causar danos massivos à vida selvagem e ao ambiente, e nenhuma quantia de patrocínios em prémios verdes irá mudar isso.”

Hannah Griffiths, também da Campanha de Empresas da Friends of the Earth, acrescentou: “O Museu de História Natural não devia aceitar patrocínios duma companhia tão destrutiva”.

Os visitantes, que falaram em eventos públicos em Londres, Birmingham e Manchester, e que visitaram os Parlamentos (5), estão no Reino Unido para chamar a atenção para o impacto real da Shell sobre a vida selvagem, o ambiente e os povos de todo o mundo.

Um dos oradores é Terry Clancy, da campanha Shell para o Mar do Condado Mayo, na Irlanda, onde a Shell planeia construir um pipeline off-shore e terminais de gás. O desenvolvimento ameaça o habitat único proporcionado pela Baía de Broadhaven – uma reserva natural internacional importante – e destruirá turfas e pastos costeiros (6).

Os oradores sublinham também os impactos negativos na vida selvagem da ilha russa de Sakhalin, onde a nova plataforma e pipeline da Shell ameaçam a sobrevivência da já gravemente ameaçada Baleia Cinzenta do Pacífico Oeste.

A Friends of the Earth viu também detalhes dum relatório que afirma que a Shell destruiu várias centenas de abetos de Sakhalin, ou abetos de Glehn – incluidos na lista de espécies ameaçadas da IUCN. Parte de uma área protegida de um quilómetro de comprimento foi arrasada pela Shell para dar lugar ao pipeline (7).

A Friends of the Earth, que está a servir de anfitriã desta acção, lançou uma galeria de imagens que mostram os estragos causados pela Shell (8).

http://www.foe.co.uk/campaigns/corporates/news/shell_wildlife_gallery.html e http://www.shelloiledwildlife.org.uk


PARA MAIS INFORMAÇÕES CONTACTE:

Friends os the Earth International Corporates Campaigner Paul De Clerck.

Tel: +32-2-542 61 07 (número belga)

Friends of the Earth's Corporates Campaigner Hannah Griffiths.

Tel: +44-7855 841994

Friends of the Earth Press Office em Londres. Tel: +44-20-7566 1649

(1) Ver www.nhm.ac.uk/visit-us/whats-on/temporary-exhibitions/wpy/exhib-index.html

(2) A shell contribui com £750,000 em dois anos, conforme o acordo assinado com o Museu de História Natural.

(3) Um relatório sobre os impactos da Shell na vida selvagem está disponível na página da Friends of the Earth www.foe.co.uk/resource/briefings/shell_wildlife_destroyer.pdf

(4) Uma cópia da revisão ética está disponível aos Friends of the Earth

(5) Os vizinhos da Shell falaram em Londres a 16 de Outubro às 19.00 no London Action Resource Centre, 62 Fieldgate Street, London E1 1ES; terça-feira 17 de Outubro às 18.30 no Imperial College, Lecture Theatre 208, Skempton Building, Imperial College Road, London SW7; em Birmingham na quinta-feira 19 de Outubro às 19.30 no Warehouse Café, Birmingham Friends of the Earth, 54-57 Allison Street, Digbeth, Birmingham, B5 5TH; e em Manchester na sexta-feira 20 de Outubro às 19.00 no Friends Meeting House.

(6) Ver http://www.corribsos.com/

(7) Uma cópia traduzida está disponível na Friends of the Earth

(8) Ver http://www.foe.co.uk/campaigns/corporates/news/shell_wildlife_gallery.html e http://www.shelloiledwildlife.org.uk


Tradução: David Maia

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