Tuesday, May 04, 2010
Belo Monte: Kayapós pegam em armas para impedir a catástrofe ambiental na Amazónia
Belo Monte: Kayapós pegam em armas para impedir a catástrofe ambiental na Amazónia
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Desde que foi proposto pela primeira vez na década de 1980, o projecto hidroeléctrico de Belo Monte tem sido alvo de numerosos protestos e encontros liderados pelos Kayapos e outros povos originários da região da Amazónia (Brasil). A barragem ameaça devastar uma enorme percentagem da Amazónia, desviar o rio Xingú e deslocar cerca de 20.000 pessoas das suas terras ancestrais, para além de destruir os meios de subsistência de mais de 12 mil índios.
Líderes kayapós avisaram que o derramamento de sangue é iminente agora que as autoridades concederam direitos para construir a hidroeléctrica de Belo Monte e a sua controversa barragem na Amazónia., a 22 de Abril deste ano. Esta licença é cedida na sequência de um conjunto de medidas liminares que bloquearam e, em seguida, desbloquearam o processo. Cerca de 500 manifestantes, povos originários, ambientalistas e outros, reuniram-se à data para protestar contra o leilão, que ocorreu nos escritórios da Agência Nacional de Energia Elétrica, na capital do Brasil.
Esta atitude do governo Lula desencadeou o que um líder Kayapó tem descrito como uma "guerra": "Acho que hoje a guerra está prestes a iniciar-se e os índios serão obrigados a matar os homens brancos novamente", disse o líder kayapó Raoni Metuktire que tem agido como embaixador na batalha para proteger a Floresta Amazónica. E acrescentou "Acho que o homem branco quer muito a nossa água, a nossa terra. Haverá uma guerra de modo que o homem branco não possa interferir em nossas terras novamente", acrescentou. Um outro líder indío, Luis Xipaya, advertiu que "haverá derramamento de sangue e que o governo será responsável por isso". Xipaya também disse que um grupo de Kayapós foi enviado para ocupar o local da barragem, em Belo Monte. Afirmou ainda que "Vamos construir uma cidade permanente e que não vai demorar tanto tempo como o projeto a que está ligada". O Chefe Xipaya, que preside a um conselho de anciãos, explicou que 150 Kayapos criarão o campo inicial, mas "gostaríamos de contar com 500 até ao final do mês e pedir reforços .... o nosso objectivo é colocar mil índios lá".
Há pelo menos outros 10 protestos em curso no Brasil contra Belo Monte. A maior catástrofe ambiental avizinha-se e os povos originários da região tudo farão para impedir que "se apague o sol". É necessário um grande movimento internacional de solidariedade com esta luta pela sua sobrevivência e modo de vida. Sejamos todos kayapós!
Apoio às Acções em Defesa do Rio Xingú / Documentário "Xingú: porque não queremos Belo Monte"
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