Monday, January 15, 2007

pedalando na Terra pela Terra


A questão das “alterações climáticas” continua na ordem do dia, provavelmente não tanto quanto deveria ... creio que um dos maiores “obstáculos” à compreensão da questão, ou pelo menos de compreensão das suas dimensões, é na verdade a forma algo tecnocrática como a questão continua a ser abordada, com discussões técnicas e retécnicas de calculos, estimativas, previsões, percentagens ... parece que no meio de tudo isso se esquece do essencial: as alterações climáticas são um desastre planetário, e ainda que os sintomas por agora sejam ainda algo discrtos, vão-se reflectir de forma abrupta no nosso bem estar social e ambiental, o clima da Terra está a mudar de uma forma desastrosa, e somos inequivocamente o principal motivo dessas mudanças ... custa a perceber, que não pela ganância, esta doentia política de negação ...

bom, toda esta reflexão para dizer que se somos nós uma das principais causas do problema, a verdade é que também podemos \ devemos ser uma das principais soluções: e existe uma solução bem simples no que diz respeito à questão da mobilidade:

deslocarmo-nos sem poluir, pedalando!!!

que saudades das estações na República Checa repletas de bicicletas, para quando em Portugal? Por mim diria: para já, e por mim e mais um bicicleteiros assim será ;O)


http://massacriticapt.net/


Um dos paradigmas mais enraizados na nossa sociedade é o do individualismo. Nesse sentido, possuir um veículo automóvel próprio é considerado como um sinal de emancipação e de afirmação do indivíduo. Também com base nesse paradigma, em Portugal, a quase totalidade das políticas de (i)mobilidade urbana e viária, energéticas, económicas, etc., são concebidas em função dos veículos automóveis, sobretudo dos privados. Existe, simultaneamente, um modelo energético baseado no consumo de um recurso não renovável - o petróleo - com impactos brutais inerentes à sua extracção, transporte e utilização. Actualmente, essa política energética um dos mais sérios obstáculos à implementação de modelos de desenvolvimento verdadeiramente sustentáveis. Ao nível do planeamento e implementação das mais diversas políticas, provavelmente devido ao poder cada vez maior de determinados interesses económicos a ele associados – numa sociedade ferozmente regulada por mecanismos financeiros -, o automóvel é tido como a única alternativa credível: constróiem-se mais estradas porque há mais carros, por um lado, e há ainda cada vez mais carros porque há mais estradas, por outro, entre outros incentivos constantes à utilização dos veículos automóveis.A circulação automóvel (sobretudo numa óptica privada, em que os próprios transportes públicos tornam-se menos atractivos por força da ausência de políticas sérias de investimento no transporte público) cresce de forma insustentável (sendo que a construção de mais estruturas viárias só agudiza esta situação já de si caótica) e possui impactos ambientais, sociais e humanos, nomeadamente ao nível da própria saúde pública, verdadeiramente incalculáveis.”

in Pereira, Pedro Jorge; “Be the Change you Want to See - uma outra perspectiva do mundo através do voluntariado”, (Porto, Planeta Terra: GAIA, 2006) p.35

3 comments:

Cristina Gomes said...

Também quero uma... :o(

PJP said...

vais ter uma, vais ver, já está a caminho, pedalando ao teu encontro ;O)

João Soares said...

Pedro, meu bom amigo
O teu livro já está quase todo lido.
Um excelente testemunho.
Também te quero dizer que o teu blogue está nos meus links de blogues ambientais.
Um grande abraço